quarta-feira, 20 de agosto de 2014

O que é o Contestado Capixaba?

        A região de Montanha, Mucurici e Ponto Belo, que é o foco da intervenção proposta, dentre outros municípios do Espírito Santo e de Minas Gerais, participou de um conflito fronteiriço de disputa por territórios entre os dois estados e a Bahia, num período compreendido entre as décadas de 1910 e 1960, denominado Contestado Capixaba que resultou em uma formação sócio-cultural peculiar em toda a região envolvida.
Com a economia do Espírito Santo voltada para a agricultura, a região do Contestado assistiu a grandes fluxos migratórios das Minas Gerais e da Bahia na primeira metade do século passado, e na década de 70 sofreu grande perda da densidade populacional com a grande seca e a crise de ordem mundial, essas pessoas foram atraídas principalmente para a região Norte (Pará e Rondônia).
Portanto, se, na maior parte do território espiritossantense o marcante de ocupação se deu pela herança de Imigrantes Europeus, a região do Contestado é uma exceção, onde a diferença é visível nos costumes e nas manifestações artísticas.
Isso foi enfatizado pela demarcação territorial turística realizada pelo Governo do Estado em 2010 ,a região Doce Terra Morena que é um recorte da região do Contestado, e que abrange os municípios Mucurici, Montanha, Ponto Belo, Pinheiros e Pedro Canário, situada no extremo norte capixaba, é, obviamente, perpassada por toda essa formação histórica tão particular, enriquecida com elementos das culturas baiana e mineira que se unem na elaboração de uma identidade única, carregada de afrodescendência e de fortes influências de diferentes sotaques.
Os municípios da região Doce Terra Morena, além de todos os atributos mencionados, apresentam outras particularidades não tão positivas como o Índice de Desenvolvimento Humano que é baixo, se comparado com as outras regiões do Estado segundo o IBGE.
Podemos perceber, de acordo com as características mencionadas, que, por existir uma diferença marcante entre a região Doce Terra Morena e as demais regiões do Estado, destaca-se o isolamento cultural da região que se reflete na produção artística.
Dessa forma, surgem determinadas questões a serem respondidas:
  • Como valorizar e integrar a produção cultural dessa região?
  • Como fortalecer a memória e a história local?
  • Como é possível a criação de público artístico cultural nessa região;
  • Como fortalecer a identidade e criar uma estética regionalista?
  • Como valorizar os bens materiais e imateriais coletivos?
  • Como desterritorializar a cultura local?
No decorrer do processo desencadeado pelo Movimento aqui proposto, apresentaremos respostas e alternativas para as questões levantadas.

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